sexta-feira, 30 de abril de 2010

Mater Dolorosa

Eu estava lendo o livro "A mãe do Freud" (Luís Fernando Veríssimo) no ônibus ontem e estava parecendo uma pessoa não muito normal, pois vez ou outra não conseguia esconder uma risada. Hoje de manhã aconteceu a mesma coisa. Quando li o texto a seguir, não consegui me controlar mesmo, fiquei sorrindo para o papel, encantada com a genialidade do Veríssimo - aliás, essa genialidade deve ser de família, pois, para quem não sabe (ainda), ele é filho do Érico Veríssimo, o autor de "Um Certo Capitão Rodrigo" e "Ana Terra".

"Aqui jaz
com o jornal na mão, se abanando,
a mãe de um vestibulando.
Pouco faz,
alguém lhe passou, aflito,
Santo Deus, o gabarito!
Rogai pelos genitores
na hora dos seus estertores.
O filho, consultado
sobre o provável resultado,
disse que está tudo numa boa.
Tudo a mil, céu de anil.
"Não vos grileis, ô coroa!"
E saiu para comemorar, com estranhas,
o ingrato fruto das suas entranhas.
Aqui fenece
com o rádio no ouvido, p e n a n d o,
a mãe de um vestibulando.
E desfalece.
Sua alma é uma folha ótica
rasurada e caótica.
Se tivesse como optar
num sistema de múltipla escolha
antes deste que a quer matar
teria dado luz a uma bolha.
Não os deixeis cair em prostração
enquanto não sair o listão.
O filho, que em vez das matérias
só estudava o que fazer nas férias,
diz que: "Olha aqui, já passei.
Do jeito que está o ensino
só não passa mesmo um cretino
e, de qualquer jeito, eu colei".
E sai para uma chopada
Deixando a mãe crucificada.
Aqui se arrasta
como uma loba, uivando,
a mãe de um vestibulando.
Junta vizinhos e populares
para ver os seus esgares.
"Esse filho da mãe é um sortudo,
sempre teve apoio e alento
e vai errar quase tudo,
o jumento!"
Livrai-os do impulso mortal
- estrangular um filho pega mal.
E o filho da mãe, triunfante,
com ar superior e confiante,
disse pra velha: "Relaxa.
Botei tudo coluna do meio
e vou passar sem receio,
este ano a média está baixa".
E sai com aceno de mão
Enquanto a mãe estrebucha no chão."

Preciso dizer mais alguma coisa??

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Carpe Diem

"It's my life
It's now or never
I ain't gonna live forever
I just wanna live while I'm alive"
It's my life - Bon Jovi

"Who knows what could happen
Do what you do
Just keep on laughing
One thing's true
There's always a brand new day

So you go and make it happen
Do your best
Just keep on laughing
I'm teeling you
There's always a brand new day
I'm gonna live today like it's my last day"
Who Knows - Avril Lavigne

Ontem eu tava vindo para a faculdade e vi, no posto de saúde perto daqui, um velhinho numa cadeira de rodas num estado muito triste. Eu só sabia que ele estava vivo porque as pessoas não andam carregando mortos em cadeiras de rodas por aí. Depois de ver aquilo, pensei: "Cara, e se eu ficar assim quando ficar mais velha?".
Mais tarde, na aula de Humano e o Fenômeno Religioso, escutei uma colega dizendo que tinha visto aquele filme "Antes de Partir" - com o Morgan Freeman e o Jack Nicholson - e tinha feito a lista de coisas que queria fazer antes de morrer. Aí lembrei do velhinho e pensei: "Eu tenho que aproveitar minha vida!!" Como diz a epígrafe desse texto, "I ain't gonna live forever"!
Bem, pensei em coisas que tenho que fazer enquanto ainda estou aqui e cá estão elas:
* Tomar café da manhã numa pizzaria - pizza quentinha (e não requentada!) ao acordar deve ser ótimo!
* Aprender a dirigir (e ter um New Bettle/Smart/fusca rosa);
* Ler a coleção completa da Agatha Christie;
* Ver "O Poderoso Chefão", "Rocky", "Scarface" e "Laranja Mecânica". Ah, e "História Sem Fim";
* Ir num show monstruoso num estádio enorme - tipo U2 ou Green Day no Maracanã;
* Pular de para quedas, voar numa asa delta e andar de avião;
* Saber cozinhar algo MUITO gostoso (além de miojo);
* Montar uma biblioteca ENOOOOORME!!;
* Aprender (definitivamente) a costurar;
* Aprender a tocar, pelo menos, o solo de "Sweet Child O'Mine";
* Conhecer uma pessoa que faça faculdade de oboé;
* Andar numa montanha russa;
* Comer sushi;
* Aprender a andar no centro da cidade e visitar o Saara - não, eu nunca fui no Saara;
* Começar a escrever textos produtivos;
* Me casar com um vestido rosa pink...

Tem mais, muito mais coisas que quero fazer. Mas tenho que ir... Tenho aula simplesmente com a 2a melhor professora do mundo agora, a Valéria Medeiros - professora simplesmente demais que sabe TUDO sobre romance policial. Ah, quem é o melhor professor? Guilherme Sabatini, claro!!
beijões

terça-feira, 20 de abril de 2010

You have to get over it

"I - I'll get by
I - I'll survive
When the world's crashing down
When I fall and hit the ground
I will turn myself around
Don't you try to stop me
I - and I won't cry" Alice (underground) - Avril Lavigne

Eu estou escrevendo este texto às 07h40 da manhã, admirando a linda vista da praia do Leblon, relembrando as últimas 24h.
Por incrível que pareça, não estou mal. Estou ótima, de verdade! Como diz Lily Allen em "Smile": "I was so lost back then/ but with a little help from my friends/ I found the light in the tunnel at the end". Carol, Isabella, Lud e Lin, OBRIGADA!!! Vocês são demais!!! Nunca achei que teria amigos tão atenciosos no momento de desespero. Aprendi algumas coisas nas últimas 48h - 500 epifanias por segundo -, e adoraria escrevê-las aqui:

Com a Carol, aprendi que:
* Mesmo se eu tivesse peito, bunda e pouca inteligência, ainda poderia ser infeliz.

Com a Isabella aprendi que:
* A bebida não leva a pessoa a fazer o que ela não quer; ela desinibe a pessoa a fazer o que esta não tem coragem de fazer (mas quer);
* Não adianta conversar de cabeça quente. Sempre é melhor deixar a poeira abaixar um pouco pra tomar uma decisão.

Com o Lin aprendi que:
* Se ninguém nunca viu um enterro de anão e um pombo filhote, isso significa que anões, quando morrem, viram pombos;
* Gays não morrem: viram purpurina; dái o fato de Edward Cullen brilhar;
* O pôr-do-sol é um arco-íris gigante;
* Sempre um poodle gigante será mais bem tratado num jantar que nós, meros mortais não-chiques;
* A pizza acabou. Mas eu vou lembrar do gosto dela pra sempre! E se eu ficar comendo pizza toda hora, eu vou enjoar - se bem que eu acho difícil enjoar da Pizzaria Guanabara;
* O sol vai nascer todo dia (pelo menos até 2012 acho q é garantido). A gente tem a chance de recomeçar todos os dias!

E o mais importante:
* Ter um amigo que, depois de um dia terrível, vai te visitar na faculdade (que é looooonge...) só pra ver um sorriso sincero... Cara, isso não tem preço!!!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Hi! My name is Forrest, Forrest Gump!

Desde pequena, quando chego em um lugar, gosto de conhecer pessoas ali. Seja em postos de vacinação, seja em ônibus, seja na faculdade.
Eu passei um bom tempo - desde a 5a série, eu acho - sem procurar conhecer pessoas novas em lugares inusitados. Me contentava com os amigos da escola. Mas agora que me vejo sozinha, sem nenhum desses amigos aqui - pelo menos por enquanto -, precisei dar uma de Forrest Gump. Se você não conhece esse personagem, Forrest Gump começa a conversar com qualquer pessoa que se sente ao seu lado no ponto de ônibus. Eu não começo a conversar com qualquer pessoa, só as que pegam o mesmo ônibus que eu, que têm mais ou menos a minha idade e que tem um mínimo de estilo (rsrsrs). Eu simplesmente abro um sorriso e pergunto: "Você está indo pra PUC?".
No começo ficava meio sem graça de começar a conversar assim do nada. Mas aí, depois de uma série de epifanias, simplesmente virei pra mim mesma e disse: "Cara, do que você tem medo? Você nem conhece a pessoa, você não vai perder nada e não tem problema ela te achar maluca." Pensando nisso, me transformei numa espécie de Forrest Gump, não louca pra contar minha história, mas louca para fazer (mais) amigos.
É divertido viver assim, sem ter tanto medo do que os outros vão achar, ou sem ter tanto medo de errar. Porque, como eu vi hoje na blusa de um garoto quando estava vindo pra PUC, "Herrar é umano"!

xoxo
té a próxima

ps: ainda tô aprendendo a mexer no blog, então talvez faça algumas besteiras por aqui, ok?